Sangue, suor e golo era a história de uma crónica… estilhaçada pela bomba que Dinis fez explodir nas redes de Tomé. Quando tudo se encaminhava para a terceira vitória do Seiça noutras tantas jornadas, eis que o Bairrense empata o Derby de Ourém, no primeiro de seis minutos de compensação.
Até então, a história rezava sobre um Seiça mais eficaz, que chegara à vantagem pelo pé quente de Zé Francisco, um avançado verdadeiramente endiabrado, com golos em todos os jogos deste Grupo D da Liga INATEL Santarém.
O Grupo Desportivo e Cultural de Seiça até foi a primeira equipa a ameaçar a baliza adversária. Corria o minuto 13 quando Diogo Henriques colocou Luís Lopes na cara de Bruno Russo. O avançado visitante tinha tudo para marcar, mas rematou cruzado e ao lado do poste direito.
O Grupo Cultural, Desportivo e Recreativo Bairrense acusou o toque e lançou-se na frente. Fiel ganhou as costas da defesa rival… mas falhou com escândalo. Corria o minuto 18 e os homens de Vasco Pereira voltariam a desperdiçar uma ocasião segundos depois, desta vez por Nazar Hentsar, a rematar ao lado da baliza de Tomé.
De parada e resposta, este Derby de Ourém foi ganhando eletricidade à medida que o sol se punha. Aos 31 minutos, nova oportunidade: Luís Lopes voltou a ficar na cara de Russo e o guarda tornou a levar a melhor, defendendo um remate que deveria ter selo de golo… mas não teve.

O nulo permaneceu até aos 50 minutos, o tempo de que Zé Francisco precisou para assinar o quinto golo em três jogos: remate à queima roupa, defesa incompleta de Bruno Russo e golo do camisola 23, sabe-se lá vindo de onde mas ali, no sitio certo à hora certa.
Em vantagem, o Seiça passou a gerir cada momento do jogo, sem deixar de procurar o golo da tranquilidade. O Bairrense nunca se rendeu e apesar de não criar perigo efetivo, andou sempre perto da baliza de Tomé.
Minuto 80. Jogo interrompido para assistir Tommy Remédios. No banco do Bairrense acusa-se o central do Seiça de queimar tempo. Mas o problema foi grave o suficiente para o colocar fora de campo e forçar a substituição, instantes depois de Zé Francisco também ter deixado o pelado com o nariz a sangrar.
O derby esteve interrompido durante uns bons minutos e mudou radicalmente depois do reatamento. Enquanto os adeptos do Seiça esfregavam as mãos e os do Bairrense lamentavam nova derrota, Dinis Santos aproveitou o adormecimento coletivo dos rivais para empatar o jogo… à bomba. Acabadinho de entrar, o jovem atacante encheu o pé e disparou do meio da rua, surpreendendo o experiente guardião visitante.

Foi no primeiro de 6 minutos de compensação que o Bairrense empatou, mas nunca é tarde para se ser feliz. Pior ficaram os tricampeões distritais, que já contavam com nova vitória, mas acabaram empatados pelos vizinhos.
O Seiça manteve o 1.º lugar, mas passa a partilhar a liderança com o GD Turquel. O Bairrense segue sem ganhar, mas a forma como nunca desistiu e conseguiu empatar pode muito bem constituir o clique que lhe faltava.
