
Um, dois, três! Diga lá outra vez? Quando o árbitro apitou para o intervalo, já a bancada estava em festa e o Centro Desportivo de Fátima a caminho da subida, com três golos sem resposta na mala de viagem.
Tal como o Derby noticiou, o CD Fátima ‘só’ precisava de vencer o CCRD Moçarriense para garantir a promoção à 1.ª Distrital. O duelo era decisivo, sobretudo porque uma derrota deixava este rival com 3 pontos de avanço e em vantagem no confronto direto com os fatimenses, a uma jornada do fim.
A ansiedade era evidente e os nervos pesaram nas pernas. Foi só o tempo de Bernardo Vaz encontrar um buraquinho na teia adversária para atacar as redes adversárias à bomba. Foi de primeira… para a Primeira! O golo foi de levantar o estádio e os grenás começaram logo ali a domar os leões da Moçarria.
Igualmente jovem e composta por talentos da sua formação, a equipa do Moçarriense não se rendeu, foi à procura do empate e só não foi feliz porque Wilson Ramos voou para negar a igualdade ao adversário. Com uma defesa absolutamente fantástica, o guardião fatimense não só manteve a vantagem como lançou ali as bases da festa.
Das mãos de Wilson aos pés de Bernardo
Três minutos depois de se ter safado do 1-1, o CD Fátima… celebrou o 2-0. Pelo inevitável Bernardo, que ressuscitou uma jogada morta e transformou um lance perdido num momento verdadeiramente decisivo, sobretudo pelos danos psicológicos que infligiu no rival.
Do treinador aos jogadores, toda a equipa do Moçarriense protestou a forma como o camisola 23 ganhou o lance, reclamando uma alegada infração do fatimense. O juiz mandou encerrar o caso, e à falta de VAR, sobrou a festa do golo e uma expulsão no banco visitante.
Como não há duas sem três, Lucas Russo ampliou para o CD Fátima logo a seguir, encerrando a questão ainda antes do intervalo e com direito a expulsão de um adversário por (mais) protestos junto do árbitro.
Fazer tempo para a festa
A 2.ª parte… era perfeitamente evitável. Porque o resultado estava feito e não havia volta a dar por parte de um rival reduzido a dez. Respeitando os regulamentos e a própria essência do jogo, CD Fátima e Moçarriense bateram-se com galhardia e houve tempo para mais dois golos. Yuri saltou do banco para o 4-0, antes de o Moçarriense fechar a contagem num belíssimo golpe de cabeça quando os fatimenses já só pensavam na festa.
E se foi bonita! Começou tímida porque a matemática ainda causa(va) dúvidas na classificação, mas logo se tornou de arromba. Embalados pelos Ultras Fátima, jogadores, treinadores e dirigentes fizeram a festa em pleno relvado, numa comunhão perfeita com os adeptos.
Prémio merecido… com um ano de atraso
Dois anos depois do regresso ao futebol sénior e um ano após ter falhado a subida na última jornada, o Centro Desportivo de Fátima faz as pazes consigo mesmo, atingindo um objetivo que se impunha, por respeito à história cinquentenária de um emblema empenhado em regressar às conquistas de outrora.
Domingo, há mais: a prova fecha em Alpiarça e o CD Fátima até pode tornar-se campeão distrital, se vencer Os Águias. Seja como for, os grenás já são de Primeira!
