
Entrevista Derby com… Ana Rita Oliveira
Texto António Adão Farias | Fotos Derby ©
Derby – Estreia oficial em casa do Clube Atlético Ouriense, primeiro jogo na Caridade… Dois penáltis defendidos no tempo regulamentar, mais um no desempate. Resumindo: foi absolutamente decisiva na qualificação da equipa para a próxima fase da Taça da Liga. Era difícil sonhar com uma estreia melhor, não?
Ana Rita Oliveira – Foi uma estreia muito boa, mas o meu objetivo era mesmo esse. Queria proteger a baliza do oureense e acho que cumpri. Quem quer estar nos grandes palcos, tem de que manter a frieza em determinados momentos. Acredito que consegui manter essa frieza e isso ajudou bastante a equipa. Estou muito orgulhosa por ter conseguido ajudar, mas o meu mérito é o mérito de toda a equipa. Somos um grupo, não somos individualidades. Portanto o mérito não é só meu; é de todos!
“Estou muito orgulhosa por ter conseguido ajudar, mas o meu mérito é o mérito de toda a equipa”
Derby – Tanto o primeiro penálti como o segundo que defendeste, foram é importantíssimo porque tiveram o condão de manter a equipa viva na eliminatória. Sofrendo ali um golo, poderia ser fatal, devido à desvantagem da primeira mão… Sentiste, em algum desses penáltis que defendeste, que o jogo poderia mesmo virar a vosso favor?
Ana Rita Oliveira – Quando defendi o primeiro penálti, senti que a nossa equipa poderia mesmo chegar ao golo; quando foi o segundo, não tinha passado ainda muito tempo e voltei a sentir que poderíamos ser felizes. Acho que aquele segundo penálti deu outro estímulo à equipa e foi ali que começámos a acreditar que era possível. E acabámos por dar a volta!
Derby – Já na ponta final, penálti para o Atlético e a Sara Brasil a demonstrar aquela frieza de que a Ana Rita falava há pouco. Eliminatória igualada, fim do tempo regulamentar… e mais penáltis. Defendes dois no tempo regulamentar, mas no desempate… Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete remates indefensáveis. Como é que uma guarda-redes mantém os níveis de motivação e concentração quando a bola continua a entrar sistematicamente?
Ana Rita Oliveira – É realmente complicado, quando adivinhamos o lado, mas não chegamos à bola… É muito frustrante porque tocámos na bola, mas não conseguimos evitar o golo… Nestes momentos, é ainda mais importante manter concentração máxima até ao fim. Se nos desconcentramos um segundo, arriscamo-nos a perder tudo. A concentração foi realmente o segredo destes penáltis.
“Aquele segundo penálti deu outro estímulo à equipa e foi ali que começámos a acreditar que era possível”
Derby – Qualificação garantida, festa bonita, mas é tempo de mudar o chip… Vem aí a estreia no Campeonato e logo com um embate contra um candidato ao título. Dois, aliás. O Atlético recebe o Sporting e vai a Braga. Um início frenético, que se adivinha difícil. Prevê-se muito trabalho, sobretudo para a guarda-redes. Como é que se prepara ao longo da semana? É uma preparação diferente quando o adversário é um dos candidatos?
Ana Rita Oliveira – O trabalho é o mesmo. Todas as equipas são iguais, o que muda é o tipo de investimento que cada clube pode fazer. Nós trabalhamos para dar vitórias ao Ouriense, damos o nosso máximo e só temos de fazer o nosso trabalho, seja qual for o clube que tivermos pela frente.
“Vir para o Atlético foi uma decisão muito ponderada. A Sara Brasil foi uma boa influência. Acho que devemos ir para onde gostam de nós”
Derby – A Ana Rita Oliveira é uma das jogadoras mais experientes deste plantel. Já passou por alguns dos melhores clubes de Portugal, foi campeão nacional e também conquistou uma Supertaça. Como é que surge o Atlético Ouriense e qual a razão desta sua aposta muito pessoal em vir para Ourém?
Ana Rita Oliveira – Foi uma decisão muito ponderada… Falei com a Sara Brasil e essa foi uma influência boa nesta decisão. Ela disse-me que se sentia muito bem aqui. Eu acho que devemos ir para onde gostam de nós. E o Ouriense já vinha manifestando interesse em mim, há muito tempo! Foi a altura certa para aceitar o convite e abraçar este projeto. Estou muito feliz por poder dar esta prenda a todos os oureenses, no meu primeiro jogo em casa.
Derby – Por falar em oureenses, a Ana Rita foi conquistando os adeptos ao longo do jogo. A cada defesa, a cada intervenção, foi conquistando a bancada ao ponto de quase sair em ombros no final deste jogo com o Torreense. Foi sentindo esse apoio ao longo do desafio?
Ana Rita Oliveira – Senti e já percebi que temos uma massa adepta muito boa! É importante que assim seja em todos os jogos em casa. Os próprios adversários sentem que o Ouriense fica mais forte. Eu própria senti-me logo em casa, com todo este apoio.
“Já percebi que temos uma massa adepta muito boa! É importante que assim seja em todos os jogos em casa”