Ana Rita Oliveira foi decisiva na baliza oureense | © SCB

A goleada sofrida na 2.ª jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão foi expressiva, mas induziu em erro quem não viu o jogo.

O Sporting Clube de Braga venceu o Clube Atlético Ouriense por 6-1, mas quatro desses golos surgiram na sequência de contra-ataques, aproveitando o balanceamento ofensivo da turma de Marco Ramos.

As oureenses quiseram jogar olhos nos olhos e assim continuaram mesmo depois de estarem a perder por 4-0… ao intervalo. A estratégia de Marco Ramos mereceu elogios pela coragem e pela ousadia de tentar bater o pé a um candidato ao título mesmo jogando fora de casa.

 

Uma semana depois, a atitude deu frutos. Nova visita a Braga, mas para a 1.ª mão dos quartos de final da Taça da Liga. As minhotas trocaram 4 jogadoras em relação ao jogo do campeonato, contra apenas uma alteração no ‘11’ de Marco Ramos (Bimba Cabral por Laura Pires). O Atlético não facilitou. Resultado? 0-0. Pela primeira vez, não houve goleada bracarense, contrariando um histórico de oito derrotas pesadas, com 47 golos sofridos e apenas 2 marcados.

O melhor que o Braga conseguiu foi marcar… em fora de jogo (10’). Mais perto do golo, aos 26 minutos, quando Carolina Mendes atirou na pequena área, provocando nova aparição milagrosa de Santa Rita de Ourém. Ana Rita Oliveira voltou a voar para nova intervenção divina, aos 38’, desta vez a desviar bomba de Dolores.

O Atlético respondeu pouco depois, aos 41’: subidas no terreno, as oureenses pressionavam as rivais na saída de bola, quando Júlia Mateus apertou Beatriz Rodrigues e ajudou Mélanie Cunha a recuperar a posse. A luso-americana tabelou com a colega, foi para cima de duas adversárias, sacou do arco e atirou… à trave.

A estratégia corajosa de Marco Ramos chegou para travar as detentoras da Taça da Liga | © NextGen

Depois de uma 1.ª parte de grande nível, as oureenses entraram com garra na última metade. Sara Brasil descobriu o caminho para o golo logo aos 13… segundos: a camisola 10 do Atlético apercebeu-se da desatenção da guarda-redes rival e tentou marcar praticamente do meio-campo, mas o pé esquerdo não é igual ao direito e a tentativa não passou de um susto.

Praticamente a meio da 2.ª parte, Mélanie ganhou na velocidade e atirou de pé esquerdo… centímetros ao lado do poste direito, aproveitando uma desconcentração bracarense, provocada pela substituição de Bimba Cabral por Leo Rodrigues (70’). Na resposta, canto para o SC Braga e nova intervenção de luxo de Ana Rita, a evitar um golo com carambola nas costas de uma adversária.

O Atlético foi conseguindo suster a reação bracarense, embora as minhotas nunca tenham conseguido criar grande perigo. Golo iminente só mesmo ao quarto minuto dos 6 de compensação: bola na área oureense, cruzamento rasteiro da direita para a esquerda, remate cruzado de Bia Meio Metro e intervenção gigante de Santa Rita, apanhada em contrapé, mas com pernas para manter a baliza a salvo.

Mesmo não vencendo, o Atlético Ouriense obteve um resultado histórico em Braga. Mais importante: voltou a comprovar que tem coletivo e ideia de jogo suficientes para protagonizar um campeonato tranquilo, consciente das dificuldades, mas também do seu próprio valor.

A 2.ª mão dos quartos de final da Taça da Liga está agendada para 11 de janeiro do próximo ano.

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