O Grupo Desportivo e Cultural de Seiça foi o finalista vencido da grande FINAL Nacional da Liga INATEL, perdendo para o Ginásio Clubes de Sines, mas apenas no desempate por grandes penalidades.
Focados na sua missão e comprometidos com o objetivo de conquistarem o título nacional pela terceira vez, os oureenses mantiveram-se (demasiadamente) fiéis aos princípios inerentes a esta competição, colocando o desportivismo, o fair-play e o respeito pelos adversários acima da sua própria ambição.
Foi precisamente graças a esta atitude que o GDC Seiça começou a ganhar ainda antes do jogo. A Fundação INATEL fez questão de homenagear os jogadores pela atitude protagonizada nos oitavos de final, quando os seicenses arriscaram o seu próprio destino na competição, ao abrirem caminho para que o adversário marcasse um golo.
Sucede que nem todas as equipas conseguem revelar o mesmo grau de elevação e grandeza, nos momentos de decisão. Foi o que aconteceu nesta grande final.
O GDC Seiça encontrou um obstáculo impossível de contornar, em função dos valores que tanto defende. A agressividade extrema, a falta de educação, o desrespeito por uma equipa de arbitragem insegura perante o conflito e incapaz de se impor enquanto autoridade em campo, foi comum à maioria dos adversários, salvo raras e honrosas exceções.
O futebol jogado não foi propriamente bonito e algumas atitudes tiveram o condão de estragar uma tarde que poderia ter sido de festa. Manuel Guerreiro, camisola 4 do Ginásio Clube de Sines, levou o apelido demasiado a sério e partiu para uma verdadeira guerra sem quartel, plena de cenas tristes, documentada em direto para todo o país, entre agressões, insultos, ameaças a jogadores, árbitros e adeptos. Tudo o que pensávamos ser impossível de assistir numa competição de cariz lúdico como a Liga INATEL.
Guerreiro foi expulso a 10 minutos do fim, à terceira intervenção digna de vermelho direto, a primeira delas, aos 4 minutos, com agressão a Tommy Remédios, que teria dado penalty e expulsão. Está nas regras e não pode ser exceção, se a Fundação INATEL quiser continuar a credibilizar esta competição.
O filme do jogo conta-nos a história de um duelo mal disputado, mas bastante renhido, com duas oportunidades soberanas para o Seiça e outra para o Sines. Ninguém conseguiu marcar no tempo regulamentar. E nos penaltis, brilhou o guarda-redes rival, assegurando o primeiro troféu da história do Ginásio Clube de Sines, um emblema que merece respeito bem maior do que alguns dos seus jogadores demonstraram por si próprios, ao longo de todo o jogo.
“Ninguém joga assim”. O cântico ecoou entre as largas dezenas de oureenses que foram a Lisboa apoiar o Seiça. E repetiu-se a cada manifestação de violência em campo. E foram tantas.
Os oureenses foram a equipa mais madura em campo e beneficiaram das melhores oportunidades para evitar a lotaria dos penaltis.
Goste-se ou não do estilo, o Ginásio Clube de Sines aguentou o barco e fez merecer a vitória final.
O Grupo Desportivo e Cultural de Seiça perdeu a Batalha de Lisboa, mas manteve-se fiel aos seus princípios e conquistou o coração de todos os defensores dos valores do desportivismo. Chapeau.