O quinteto do Grupetto Per Caso viveu um dia absolutamente inesquecível em plena Volta a Portugal

Serra da Estrela, Alto da Torre, 7 de agosto de 2022. Volta a Portugal em Bicicleta, octogésima terceira edição, a mítica Subida à Torre. Uma aventura inesquecível para cinco corredores oureenses.

Hugo Simões, Pierre Ribeiro, Rui Ferreira, Vasco Lopes e Viviano Inácio não pertencem ao pelotão que vai correndo parte do país até 15 de agosto, mas viveram por dentro as emoções fortes da etapa-rainha.

Este quinteto de ciclistas integra o Grupetto Per Caso, um grupo oureense de corredores amadores, que o Derby já lhe apresentou. Apaixonados por ciclismo de estrada, não perderam a oportunidade de acompanhar a etapa mais ansiada da Volta, testando eles próprios a dureza da subida ao ponto mais alto de Portugal Continental.

Em declarações exclusivas ao Derby, os cinco trepadores reviveram a mítica subida do último domingo. “No meu caso, foi a segunda vez que fui ver a chegada do pelotão à Torre. A ideia surgiu do Bruno, há um ano. Agora demos continuidade e queremos impor a tradição de representar o Grupetto Per Caso na mítica subida à Torre”, conta-nos Vasco Lopes.

Bruno Marques, grande mentor da iniciativa em 2021, ficou em terra, traído por uma indisposição de última hora. “Comi alguma coisa que me fez mal no sábado e passei mal durante a noite”, lamenta.

A Etapa 3 da Volta a Portugal ligou a Sertã ao Alto da Torre, expondo o pelotão à dureza de 159 quilómetros maioritariamente a subir. Hugo, Pierre, Rui, Vasco e Viviano fizeram questão de cumprir os últimos 30km do percurso, precisamente a partir do momento em que a etapa começou a inclinar-se vertiginosamente rumo ao cume da serra. Em dose dupla!

“Partimos de Tortosendo e subimos à Torre pelo lado da Covilhã, com descida a Manteigas pelo Vale Glaciar e nova subida a Penhas Douradas e Sabugueiro, antes de mais 18km de subida pura e dura de volta à Torre”, explica Vasco, revelando o verdadeiro carrossel do pedal que o Grupetto Per Caso experimentou, no domingo.

“Para mim, foi a estreia e a sensação foi de sofrimento total”, assume Pierre Ribeiro, denunciando a subida em dose dupla, idealizada pelo companheiro Vasco Lopes para apimentar ainda mais o percurso. “Um rapazinho cá do grupo teve a excelente ideia de subir à Torre duas vezes, mas foi espectacular apreciar aquelas paisagens”, assume Pierre, lamentando apenas que o flagelo dos incêndios também tenha marcado a tirada, destruindo grande parte da paisagem.

O verdadeiro Prémio de Montanha…

Viviano Inácio subiu à Torre pela primeira vez e partilha das mesmas sensações dos colegas, sublinhando ao Derby aquilo que mais o marcou, sem esquecer o maior de todos os prémios. “Foi o feeling de sofrimento e de ultrapassar os limites para atingir o objetivo. O que eu tive de sofrer para comer a mítica sandes…”, recorda, aludindo àquela combinação irresistível de queijo e presunto a envolver um bom pão caseiro, à moda do Ti Branquinho, um café cirurgicamente colocado junto à nascente do Mondego.

“Não sei qual das subidas custa mais… Se a da Torre ou aquelas curvas todas antes da tasca”, questiona Rui Ferreira.

“A tasca parecia uma miragem, nunca mais surgia no horizonte”, desabafa Viviano Inácio que foi à fonte com tanta sede que acabou a barrar a dita sandes com uma verdadeira injeção de açúcar. “Íamos esganados, o Viviano acompanhou a dele com marmelada”, atira Vasco Lopes, à gargalhada.

Quando Maurício Moreira, Luís Fernandes e Frederico Figueiredo chegaram à Torre, já o Grupetto Per Caso os tinha aplaudido entre a multidão, a 10 km da meta, vitoriando os verdadeiros profissionais num dia absolutamente inesquecível para este quarteto de oureenses, que já só pensa… em repetir a aventura.

“Também foi a minha primeira vez e espero que possa ser a primeira de muitas. Obrigado a todos pela excelente companhia e pelo grande dia que passámos juntos”, vinca Hugo Simões.

“Estamos a apontar para 1 ou 8 de outubro”, revela Vasco Lopes, apontando os verdadeiros encantos de uma tirada verdadeiramente especial para quem pedala por prazer. “Participámos na festa do ciclismo, com uma sensação de sofrimento, mas também de superação especial e de ultrapassar os limites de cada um, usufruindo das paisagens e da camaradagem.”

A tirada mítica foi discutida ao sprint depois de uma subida verdadeiramente infernal
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