Podiam ter arrumado a questão ainda antes do intervalo… mas não era a mesma coisa. O domínio do Atlético Ouriense foi de tal ordem que entendemos como fastidioso elencar numa só peça todas as oportunidades que as oureenses tiveram para resolver a eliminatória. É ler para crer, no filme do jogo.
O Atlético Ouriense conseguiu reverter o resultado da 1.ª mão e deu a volta ao Estoril Praia, condenando este adversário à descida imediata à 2.ª Divisão Nacional.
Com um golo em cada parte, as oureenses selaram a qualificação para a 3.ª e última eliminatória do playoff da permanência, onde vão (re)encontrar o Futebol Benfica, naquela que será a reedição da grande final de Taça de Portugal de 2014, quando o Atlético conquistou a prova rainha, graças a um golo de Filipa Rodrigues, que hoje até voltou à Caridade, mas com a camisola do Estoril… e sem motivos para celebrar.
O 2-0 chegou para anular a derrota por 1-0. O que sobrou foi o verdadeiro festival de oportunidades desperdiçadas pelo Atlético, que poderia ter evitado tanto sofrimento se tivesse concretizado apenas um terço das ocasiões de golo que conseguiu construir.
Domínio sufocante
Devidamente suportadas por Jéssica Pastilha e Raíza Paraíba, Maria Baleia, Sara Brasil e Shen Menglu executaram na perfeição parte da estratégia de Marco Ramos, estendendo a equipa no terreno, através de uma pressão constante e sufocante, tornando cada pontapé de baliza, cada saída de bola, num verdadeiro pesadelo para as estorilistas.
Daí que ninguém se tenha surpreendido com os contornos do segundo golo oureense. Em boa verdade, quando Mafalda Barboz tirou a bola dos pés da guardiã estorilistas e atirou a contar, foi apenas o consumar do enésimo erro provocado pela pressão altíssima que o Atlético impôs sobre as rivais. Estavam decorridos 68 minutos e o Estoril nunca teve argumentos para reagir em conformidade.
Aliás, o Atlético já tinha empatado a eliminatória aos 35 minutos, como consequência dessa mesma pressão sobre as rivais, ainda que o lance não tenha decorrido de um erro tão flagrante. Pelo contrário, nasceu de um cruzamento verdadeiramente teleguiado por Shen Menglu, diretamente para a testa de Sara Brasil, que fixou os pés no chão para fuzilar as redes contrárias… de cabeça.
Super Sony com corte salvador
Entre um golo e o outro, sobraram as oportunidades desperdiçadas. E mesmo quando Sara Brasil inaugurou o marcador, já as oureenses estavam a dever dois golos aos adeptos. Melhor assim, ganhou-se em emoção e a vitória teve ainda mais sabor.
Mas a coisa podia ter azedado… O Estoril Praia só teve uma oportunidade de golo digna desse nome, mas podia ter sido o bastante para eliminar as oureenses. Talvez poucos tenham reparado, mas Sony Costa vestiu a pele de heroína aos 88 minutos, quando impediu Filipa Rodrigues de marcar… sobre a linha de golo.
Finalista com toda a justiça
Contas feitas, o Atlético Ouriense foi (muito) melhor na soma das duas mãos e é um justo finalista deste playoff, estando agora obrigado a bater o Futebol Benfica, 2.º classificado da 2.ª Divisão Nacional.
A Federação Portuguesa de Futebol vai oficializar data e local da final do playoff, nas próximas horas. Segundo o Derby apurou junto de fonte próxima da FPF, é forte a possibilidade de o confronto entre Atlético Ouriense e Futebol Benfica vir a ter lugar no… Estádio Nacional do Jamor.