O Centro Desportivo de Fátima esteve à beira de bater o pé a uma equipa da Liga 3 e passar à 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, mas a sorte sorriu à Sanjoanense, que resistiu aos fatimenses e apurou-se nos penáltis.
Depois de um nulo em 120 minutos, foi preciso recorrer ao desempate por pontapés de penálti: Martim Silva, em estreia absoluta na baliza do Fátima, travou a primeira tentativa da Sanjoanense, mas os aveirenses acabaram por ser mais eficazes, beneficiando das penalidades defendidas pelo seu guardião: André Duarte, habitual suplente na formação visitante, aproveitou para brilhar, travando os penáltis de Vieirinha e Sandro Isabelinha. Resultado final? 4-2 após 0-0.
A história do jogo é simples de resumir: o Fátima esbateu quaisquer diferenças que pudessem existir dada a diferença de patamar competitivo em relação ao seu adversário. A Sanjoanense nunca conseguiu justificar o ‘estatuto de Liga 3’, sobretudo porque os campeões de Santarém foram uma equipa personalizada, compacta e organizada o suficiente para manter a incerteza no placard. Só não foral eficazes.
A primeira oportunidade do jogo foi para os visitantes e aconteceu aos 11 minutos, quando João Couto surgiu na cara de Martim Silva, picando ao lado do poste esquerdo. O Fátima respondeu aos 16, mas Tiago Silva cabeceou demasiado acima da trave.
O equilíbrio foi nota dominante ao longo de toda a 1.ª parte, merecendo ainda destaque uma boa jogada de entendimento entre todos os sectores fatimenses, que culminou com uma execução de Martim Santos, por cima da trave rival.
Veio o intervalo e começou a 2.ª parte. Gonçalo Carvalho optou por não mexer e o Fátima começou a crescer. Marcelo atirou por cima (51’) e Tiago Silva cabeceou ao lado (64’), antes do árbitro Sérgio Jesus anular um golo à Sanjoanense por carga de Rúben Fonseca nas costas de Martim Silva (66’).
Nem um minuto depois, resposta pronta do Fátima, num remate violento de Vierinha para defesa apertada de André Duarte (67’). Os fatimenses mandavam no jogo e criavam as melhores oportunidades, mas continuavam a pecar na decisão. O último passe, o remate certeiro, foram sempre o pecado maior de uma equipa que merece mais do que os resultados que tem obtido.
Diogo Gonçalves foi lançado para agitar as águas e não tardou a mostrar serviço, embora sem a eficácia que o seu treinador tanto procura: primeiro, isolou-se depois de bater um adversário em velocidade, mas não acertou com o passe (73’); depois, rematou à figura, quando estava em boa posição para ser mais atrevido (80’).
A Sanjoanense conseguiu suster a ofensiva fatimense e quase resolveu o jogo antes do prolongamento: Jota Pereira atirou à figura (83’) e por cima (90’), antes de Rui Bruno fechar o tempo regulamentar desperdiçando uma oportunidade flagrante: sozinho ao segundo poste e no quarto e último minuto da compensação, cabeceou ao lado quando tinha tudo para meter a eliminatória no bolso.
O prolongamento abriu frenético: defesa da tarde para o fatimense Martim Silva, logo no minuto 2; bola na trave da Sanjoanense, pelo capitão Diogo Oliveira, num golpe de cabeça após canto de Sandro Isabelinha (5’). De oportunidade em oportunidade, nenhuma das equipas conseguiu marcar, adiando a grande decisão para o desempate por penáltis.
Martim Silva deu esperança aos fatimenses, coroando a estreia oficial com um penálti defendido: foi logo o primeiro, travando com estilo a tentativa de Tavares. Dinis não falhou e o Fátima ganhou avanço. Semedo marcou para os visitantes e Vieirinha viu André Sousa defender o seu pontapé. Tudo empatado ao final da segunda série.
David Peres e Diogo Gonçalves marcaram pelas respetivas equipas (2-2), Jota Pereira colocou a Sanjoanense na frente (3-2) e Sandro Isabelinha atirou para nova defesa do guardião visitante. Nando avançou com a responsabilidade de fechar o jogo a favor dos aveirenses e foi por uma unha negra que Martim não lhe estragou os planos. O guardião do Fátima ainda tocou na bola, mas a festa foi mesmo da Sanjoanense (4-2), que assim segue em frente na prova rainha.
O Centro Desportivo de Fátima despede-se da Taça de Portugal logo ao primeiro jogo, na sequência de uma derrota por penáltis a fechar um jogo em que os fatimenses justificaram a vitória, mas voltaram a tropeçar na incapacidade de marcar.