Fundada a 10 de maio de 1979, a Associação de Cultura e Desporto de Vale Travesso assinala hoje o seu 44.º aniversário, razão de sobra para que o Derby assinale a data, convidando o presidente da direção para um ponto de situação sobre a atualidade desta instituição.
João Santos passa em revista o seu primeiro ano de mandato, sublinhando a força motriz do clube. “Conseguimos organizar algumas contas que estavam pendentes e também conseguimos unir a nossa massa associativa, dinamizando o clube e trazendo até nós pessoas de todas as idades, sobretudo malta mais nova, que andava desligada da nossa associação”, vinca.
Reativada há dois anos, depois de um interregno de quatro décadas, a equipa de futsal voltou a ser a menina dos olhos do clube. E nem os resultados negativos colocam em causa o futuro da modalidade no seio desta coletividade.
“A nível desportivo, é verdade que os resultados da nossa equipa de futsal ficaram aquém do esperado, mas também não encaramos isto como um cenário de terror. Nem pouco mais ou menos! Estamos apenas no segundo ano de atividade e até conseguimos evoluir de uma época para a outra. O problema é que as outras equipas também evoluíram bastante”, argumenta o presidente da direção, garantindo que “a equipa vai continuar a competir na próxima época”.
Os resultados desportivos continuam aquém do esperado, mas o Vale Travesso tornou-se num verdadeiro fenómeno de popularidade, naquela que será porventura a sua maior vitória.
“O balanço é muito positivo”, dispara João Santos, justificando: “É muito difícil encontrar outra equipa que fique no último lugar, mas tenha tanto apoio como a nossa. Perdemos muitas vezes, foi mau, temos que melhorar. O que importa é que sabemos que fizemos tudo por merecer uma classificação melhor. A nossa massa associativa reconhece isto e não deixa de fazer a festa connosco.”
Festa é com eles, de facto. Em casa ou fora, no Municipal de Caxarias ou noutro pavilhão qualquer, vira o disco e toca o mesmo. “Soooooou, do Vale Travesso em sooooou”, ao ritmo da Fúria VT, a claque mais estridente dos pavilhões do distrito.
Unidos em tornos de uma paixão que não se explica, só se sente. Eis os adeptos da Associação de Cultura e Desporto, um clube que já deixou de ser exclusivo das gentes daquela aldeia.
“É verdade! Somos apoiados por gente de outras aldeias, até da própria cidade de Ourém. Nunca pensei que chegasse a este ponto, mas é a prova de que este clube é dinâmico e está a atrair cada vez mais adeptos”, conclui o líder, orgulhoso com a multidão que acompanha a equipa de futsal dentro e fora de portas.
“Há 40 anos que a nossa Associação não competia, mas a verdade é que conseguimos incutir a mentalidade de outros tempos. Vale Travesso foi sempre reconhecido como uma terra de gente aguerrida. E foi essa mentalidade que conseguimos incutir nos nossos jovens. Estamos a reeditar aquela mística de há 40 anos. Aquela força, aquela garra… O futsal é o motor do clube, mas a atividade da Associação de Cultura e Desporto não se limita a esta modalidade”, avisa.
“A história do clube também se escreve com a existência do nosso rancho, embora este continue desativado. A direção que me antecedeu, encontrou um clube totalmente parado. Aos poucos, estamos a retomar as atividades e a dinamizar a nossa associação. O futsal é o pilar principal, mas temos outras atividades ao longo de todo o ano: as caminhadas, os passeios de motorizada… Agora estamos a promover espectáculos de música ao vivo. E queremos fazê-lo pelo menos uma vez por mês. É uma boa forma de trazer as pessoas até nós, até à nossa sede, que estava um pouquinho apagada. Estamos a criar rotinas”.
Sem mãos a medir, a dinâmica é tanta que a direção decidiu assumir a organização daquela que é a verdadeira festa do futsal oureense. “É verdade, já o podemos assumir, está feito. Vamos organizar a Taça Ourém Futsal”, confessa João Santos, confirmando a notícia publicada pelo Derby.
Após quatro décadas de estagnação, a Associação de Cultura e Desporto respira saúde, graças a um punhado de gente apaixonada pela aldeia de Vale Travesso e pelo clube da terra. João Santos aproveita o repto do nosso jornal e agradece a todos aqueles que têm contribuído para a evolução desta instituição.
“Ao nível das instituições, foi muito fácil aceder aos apoios, desde o início, tanto com a Câmara Municipal de Ourém, como com a Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade. Em relação às empresas, não foi tão fácil no início, o que é perfeitamente normal. Contra mim falo, porque também sou empresário e compreendo que não é fácil convencer as pessoas a apostar numa equipa de futsal que não existia e que está a dar os primeiros passos, depois de uma paragem de 40 anos. Felizmente, conseguimos dar a volta a esta cenário. Mesmo sem os resultados desportivos que pretendíamos, conseguimos captar o investimento de algumas das maiores empresas”, revela o presidente da direção, eleito em junho do ano passado.
A Associação de Cultura e Desporto de Vale Travesso assinala hoje o seu 44.º aniversário, mas a festa maior acontece no próximo sábado, na sede do clube. A 13 de maio, nem de propósito: ‘Holy Beer’, que é como quem diz (ou bebe) sagrada cerveja.
“Vamos ter aqui uma grande festa, com centenas de pessoas seguramente. É isso que queremos, juntar cada vez mais pessoas e envolvê-las nas nossas dinâmicas”, aponta João Santos, sobre a festa de aniversário.
O cartaz é oureense: So Djo, DJ FAI e os icónicos The Peorth. As pulseiras continuam à venda e eles dizem que “vai ser bom, mas bom”.