A oureense Diana Silva foi a protagonista do FPF360, o podcast da revista oficial da Federação Portuguesa de Futebol. A maior goleada da história do Sporting Clube de Portugal projetou a final da Supertaça, frente ao eterno rival Benfica, esta noite, em Leiria (20h30), passando em revista a atualidade do futebol feminino em Portugal.
“O jogo de hoje é especial, mas não apenas por ser um derby com o Benfica”, sublinha Diana Silva. “Seria igualmente especial, se fosse contra outra equipa. Vais ser um jogo muito competitivo, muito difícil. É especial porque são estes jogos que os adeptos mais gostam de ver. Gosto muito de estar neste tipo de desafios. Os jogos difíceis encantam-me! Têm outro sabor, um sabor especial, gosto imenso de jogar contra este tipo de equipas”, argumenta a antiga goleadora do Clube Atlético Ouriense.
Vencedor em título da Taça de Portugal, o Sporting de Diana Silva enfrenta o Benfica, atual campeão nacional. “Não nos pode faltar atitude e querer. Temos sempre de querer mais do que as outras equipas. A atitude vai definir quem leva a Supertaça para casa”, avisa Diana Silva, que marcou na vitória das leoas sobre o Famalicão, nas meias-finais da Supertaça.
A internacional portuguesa antevê “um jogo muito interessante, muito competitivo, cheio de jogadoras com qualidade, que regressaram agora ao futebol português”. Por isso, não tem dúvidas: “Se há jogos de futebol feminino que vale a pena ver, são estes. Ainda por cima é uma final.”
A oureense voltou a Portugal no início da temporada passada, depois de uma temporada com a camisola das inglesas do Aston Villa. “Voltei diferente, mais intensa, com mais qualidade, mais focada. Evolui muito, como jogadora”, considera, defendendo que a Liga BPI continua em franca evolução: “O nosso campeonato também está a crescer, está mais competitivo. Há mais jogadoras estrangeiras a querem vir jogar para cá, temos mais jogadoras novas a querer jogar, há cada vez mais equipas com formação.”
“Gostava muito de ver a Seleção Nacional participar regularmente em Europeus e Mundiais, assim como também gostava muito de ver as equipas portuguesas na Champions, com regularidade e a passaram a fase de grupos, irem aos quartos e às meias-finais. Se continuarmos a crescer neste sentido, acho que vai ser possível”, projeta.
O Euro’2022 e a “atmosfera incrível”
A propósito da Seleção Nacional, Diana Silva foi uma das grandes figuras de Portugal no Europeu recentemente realizado em Inglaterra.
“Acho que fizemos uma boa propaganda ao futebol feminino, conseguimos mudar mentalidades e provar que não tem razão aquela ideia de que o futebol feminino português não está ao nível dos melhores. Fomos competitivas, podíamos ter feito melhor? Sim, mostrámos que podíamos ter ido mais longe. Estamos cada vez mais perto do nível das melhores”, considera.
“A atmosfera foi inexplicável, foi diferente, não estamos acostumadas a isto em Portugal, mas estamos a cativar cada vez mais pessoas. É um processo que está mais evoluído lá fora. Em Inglaterra é incrível a quantidade de adeptos que apoia o futebol feminino. Conhecem as pessoas, conhecem as equipas, gostei muito de viver essa experiência”, revela.