Com muita garra e elevada nota artística, a UDPC deixou o GRUDER à beira de um ataque de nervos, num derby emocionante e eletrizante. A turma de Pinheiro e Cabiçalva assinou a melhor exibição da temporada, mas os vizinhos da Ribeira do Fárrio mostraram maior andamento e melhor entrosamento.
Uma semana depois de ter começado a perder com o Vale Travesso logo aos 30 segundos, a União Desportiva de Pinheiro e Cabiçalva só não repetiu a entrada em falso diante do GRUDER, porque o remate de Luís Pedro (Alberto) Pereira saiu centímetros acima da trave de Palaio, ainda o cronometro não marcava um minuto…
Com a primeira grande defesa da noite, Palaio negou o golo a Peugeot (3’), mas nada pôde fazer para evitar o primeiro golo do GRUDER, um minuto depois: remate fortíssimo de Fábio Gonçalves ao poste direito, ressalto nas costas do guardião da UDPC e 1-0 no marcador, aos 4 minutos.
A UDPC não se deixou ficar e partiu para uma exibição de gala. Nuno Miguel assumiu o primeiro remate à baliza rival, mas Luís Miguel Antunes defendeu para canto. E aqui nasceu o início da primeira cambalhota, com Luís Pedro (Lopes) Pereira a empatar… de calcanhar, num golaço do capitão da casa.
A reviravolta chegou quatro minutos depois, a papel químico mas com autor distinto: André Sousa também lhe deu de calcanhar, consumando a cambalhota no marcador.
Vencendo e convencendo, a UDPC ganhou asas: 3-1 aos 18 minutos, por Henrique Gil, a concluir nova jogada coletiva de elevada nota artística; remate de Luís Pedro (Lopes) Pereira, por cima da trave; oportunidade flagrante de Henrique Gil, depois de abrir caminho para a baliza com uma finta de corpo, atirando contra o guardião Luís Miguel Antunes, aos 19 minutos.
Há clichés que nunca desiludem: quem não marca… a UDPC podia ter escalado o marcador, mas foi o GRUDER que o reduziu: Peugeot descobriu David Gonçalves esquecido na área rival e o 23 atirou para o 3-2, aos 21 minutos.
O minuto 25 foi de parada e resposta: remate fortíssimo de Luís Pedro (Alberto) Lopes por cima da trave; perdida de Gonçalo Costa a rematar às pernas de Luís Miguel Antunes. O minuto 26 foi tal e qual: Peugeot remata, Palaio defende; Gonçalo Costa atira… e a bola passa a milímetros da base do poste direito.
Luís Pedro (Alberto) Pereira andou muito perto de voltar a marcar, à meia hora de jogo: primeiro, rematando em arco com a bola a rasar o poste direito; depois, atirando forte mas ao lado do poste direito.
Com um passe teleguiado, Nuno Miguel deixou André Sousa na cara de Luís Miguel Antunes, mas o guardião do GRUDER levou a melhor. Os visitantes responderam no mesmo minuto 32, num lance confuso, com Palaio fora da baliza e Veríssimo deitado no chão, de cabeça esticada para desviar a tentativa de Luís Pedro (Alberto) Pereira.
Era o GRUDER a dar tudo, mas nem Luís Pedro (Alberto) Pereira (34’) nem Peugeot (35’) conseguiram empatar antes do intervalo.
Os visitantes voltaram à carga logo a abrir a 2.ª parte… e só precisaram de 3 minutos para empatar. Em rigor, quando Fábio Gonçalves fez o 3-3, já Palaio tinha negado duas tentativas do GRUDER.
O derby arrefeceu, passaram-se 10 minutos sem pontos de interesse, até que a UDPC deu um pontapé no marasmo. Ou dois: Veríssimo obrigou Luís Miguel Antunes a nova defesa de recurso; Gonçalo Costa trabalhou bem sobre um adversário, mas tornou a rematar ao lado.
Corria o minuto 50 quando o derby recuperou o interesse. Depois de Veríssimo ter visto Luís Miguel Antunes negar-lhe o golo (outra vez), Luís Pedro (Alberto) Pereira viu Palaio defender-lhe nova investida. O lance deixou marcas e o guarda-redes pegou-se com o adversário.
Um minuto depois, golo do GRUDER e caldo entornado… Combinação bonita entre Diogo Carvalho e Luís Pedro (Alberto) Pereira, de tio para sobrinho, a devolver a vantagem aos visitantes, com o banco da Ribeira do Fárrio a dedicar a festa ao guarda-redes rival. Palaio não gostou, marcou encontro com meia equipa adversária para depois do jogo, mas lá recuperou o tino e a coisa não passou dali.
A vantagem do GRUDER só durou quatro minutos. Foi o tempo de Luís Pedro (Lopes) Pereira calibrar o pé esquerdo e atirar para 4-4. Com (mais) este grande golo, o capitão da UDPC levou os adeptos ao delírio e o derby ganhou chama, a 17 minutos do apito final.
A UDPC esteve perto de voltar para a frente, aos 59 minutos, quando Veríssimo roubou a bola a meio campo e ficou com caminho livre para a baliza. Só que o 11 perdeu enquadramento e o lance acabou por não dar em nada. Pior: deixou marcas no pé esquerdo do capitão da casa, que terá feito um entorse ao rematar contra um adversário.
Luís Pedro (Lopes) Pereira saiu lesionado, mas a UDPC respondeu de forma cabal: 5-4 para os da casa, com (novo) golo de André Sousa. O GRUDER reagiu a preceito, Palaio tirou o empate a Peugeot (60’), mas não conseguiu evitar que Luís Pedro (Alberto) Pereira atirasse a contar, no mesmo minuto.
Com 5-5 no marcador, o GRUDER sentiu a pressão de ter de vencer sob pena de deixar fugir (ainda mais) o líder Casa do Benfica da Golegã (segue com 6 pontos de avanço).
A turma de Jorge Xana intensificou a pressão sobre os comandados de Bruno Santos. E as oportunidades sucederam-se: Palaio travou dois remates de Luís Pedro (Alberto) Pereira (65’), antes de ser batido por Fábio Gonçalves, autor do golo da vitória: 5-6, aos 66 minutos.
Em vantagem pela terceira vez, o GRUDER podia ter selado definitivamente a vitória aos 67 minutos, mas o capitão Fábio Moleiro acertou nas orelhas da bola… A UDPC reagiu, foi para cima dos vizinhos e criou mais três oportunidades para (pelo menos) empatar: remate de Veríssimo ao lado (67’); tentativa de Gonçalo Costa para grande defesa de Luís Miguel Antunes; última chance para Veríssimo, com o guarda-redes do GRUDER a brilhar entre os postes.
Onze golos e muita emoção depois, os árbitros Adelino Dias e Lourenço Marques deram o jogo por encerrado. O GRUDER respirou de alívio e meteu os 3 pontos no bolso. A formação da Ribeira do Fárrio não ganhou para o susto, mas também é verdade que conseguiu fazer a diferença sempre que meteu o pé no acelerador.
A UDPC terá feito o seu melhor jogo da temporada, saindo da quadra com a sensação do dever cumprido, o amargo de boca pelas oportunidades desperdiçadas e a certeza de ter melhorado (e muito) a (má) imagem deixada uma semana antes, na derrota com o Vale Travesso.
Com esta vitória, o GRUDER manteve os 6 pontos de atraso em relação ao líder e isolou-se no 2.º lugar, beneficiando da derrota do Mação (3.º classificado) diante da Casa do Benfica da Golegã (1.º).
Também nesta jornada, o Vale Travesso foi vencer a casa da Linhaceira, por 3-2, e (agora sim) superou o seu recorde de pontuação, chegando aos 12 pontos pela primeira vez. O Juventude Ouriense folgou.