Derby que é derby é intenso e arrebatador. Este não foi exceção e até começou com uma tremenda carga de emoção. A Associação de Cultura e Desporto do Vale Travesso rendeu homenagem a Tomás Oliveira, jovem oureense recentemente falecido.
Para cumprir um minuto de silêncio antes do pontapé de saída, era preciso que o clube tivesse feito chegar um pedido oficial à Associação de Futebol de Santarém.
Sem tempo para burocracias numa hora em que o regulamento deveria ser relegado para segundo plano, os jogadores prestaram tributo quedando-se imóveis assim que a dupla de arbitragem fez soar o apito inicial.
O Juventude Ouriense associou-se à homenagem e não houve futsal durante o primeiro minuto do derby.
Cumprida a homenagem, Tiago Santos abriu as contas, adiantando o Juventude Ouriense. Em desvantagem, o Vale Travesso lançou-se na frente, mas desperdiçou um par de oportunidades soberanas e foi a equipa da casa que acabou por ampliar a vantagem, graças a um golo do capitão Ricardo Reis.
A vencer por 2-0, o Juventude Ouriense manteve o sangue frio e os níveis de concentração. Os azuis cederam o controlo das incidências, mas nunca se deixaram dominar por completo. Em desvantagem, o Vale Travesso fez pela vida, mas faltou sempre uma pontinha de sorte para equilibrar o resultado.
O intervalo não tirou ritmo ao derby. O Vale Travesso voltou para a 2.ª parte decidido a reduzir o fosso, mas o Juventude Ouriense nunca facilitou e chegou ao 3-0 num lance de insistência e à boleia de uma infelicidade de Sousa, que acabou por marcar na própria baliza.
O Derby de Ourém parecia decidido quando Pedro Santos meteu lenha na fogueira. Paulo Azeitona já tinha negado a festa do Vale Travesso num bom par de ocasiões, mas o pivot foi insistindo até que a bola entrou, para delírio da Fúria, a ruidosa claque do Vale Travesso, hoje mais contida pelas tristes razões supracitadas.
O jogo reanimou, os visitantes andaram perto do 3-2, mas foram os da casa que fizeram o 4-1, quando Tiago Santos fez o segundo da conta pessoal.
O Vale Travesso colocou toda a carne no assador, quando o treinador Luís Ferreira apostou no 5×4 com Ruas na pele de guarda-redes avançado. Só que a estratégia não resultou e o Juventude Ouriense não perdoou, com Rafael Baptista e Diogo Graça a aproveitarem a passadeira para estender o resultado até à meia dúzia.
Num Derby de Ourém com arbitragem segura de Nuno Filipe Ferreira e Rodolfo Condeço, o Juventude Ouriense foi um justo vencedor, embora o resultado seja tão expressivo quanto… enganador. Nada belisca a vitória dos azuis, mas os números pecam pelo exagero. A turma de Xavier Costa cumpriu o plano na íntegra e foi muito mais eficaz, ao contrário dos visitantes, que tiveram oportunidades suficientes para construir um resultado bem melhor.
Foi a segunda vitória do Juventude Ouriense no Campeonato Distrital, ao cabo de 7 jornadas. Os azuis somam agora 7 pontos, contra nenhum do Vale Travesso.
Este domingo, há outro Derby de Ourém para jogar (e para ver): GRUDER e Cercal jogam na Freixianda, a partir das 17h30.